Cabo Orange, Amapá

Desde o século 17 que o Cabo d'Orange é registrado em mapas da América do Sul, com esse nome. O Cabo Orange marca o final do litoral norte do Brasil.

O Parque Nacional do Cabo Orange foi criado em 1980, principalmente para preservar os ecossistemas da região, do tipo marinho costeiro. Abrange parte dos municípios de Calçoene e Oiapoque, no Amapá. É gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Suas paisagens são de grande beleza natural. É um refúgio para uma rica fauna, incluindo alguns animais ameaçados de extinção, como o gato do mato, o caxiú preto, a tartaruga verde, o tamanduá bandeira, a onça pintada, os peixes-serra, o tatu canastra e o peixe-boi da Amazônia.

A área desse Parque, de 619 mil hectares, representa 4,3% da área total do Estado do Amapá. Faz fronteira com o Parc naturel régional la Guyane. A vegetação inclui manguezais, campos periodicamente inundados, floresta de várzea, floresta ombrófila aberta, cerrado e restinga.

A geografia do Cabo Orange, sem portos naturais e pouco atrativa ao assentamento humano, tornou a região praticamente desabitada nos cinco séculos após o descobrimento do Brasil.

Pelo Tratado de Tordesilhas, o Cabo Orange era parte da América Espanhola. Entretanto, os navegadores espanhóis, menos hábeis que os portugueses, acreditavam que esse era um território lusitano como indicado no Cantino, em 1502, devido aos grandes erros na determinação das longitudes.

Foi provavelmente um erro de Duarte Leite, ter localizado o desembarque do Vicente Pinzón, neste Cabo, em janeiro de 1500, pois carece de portos naturais, o terreno é alagadiço e não possui as formações rochosas referidas. Tudo indica que o navegador espanhol desembarcou nas Guyanas, passando ao largo da costa brasileira.

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